Deputado questiona Conselho Estadual de Educação sobre militarização: “Qual o amparo legal para transformar ou criar escolas cívico-militares?”
Barranco diz que proposta prejudica a educação no Estado e vai contra o interesse público

O deputado estadual Valdir Barranco (PT) apresentou um requerimento, na última quarta-feira (1), cobrando informações e questionando o presidente do Conselho Estadual de Educação de Mato Grosso (CEE/MT), Gelson Menegatti Filho, sobre qual o amparo legal para autorização de transformação e a criação das escolas cívico-militares em todo o estado.
Segundo o parlamentar, o projeto do governo Mauro Mendes (União) que prevê mais 24 escolas militares em Mato Grosso, enviado à Assembleia Legislativa em setembro, vai contra o interesse público e não contribui para melhorar a educação no Estado. A proposta segue em tramitação na Casa de Leis.
“O próprio nome já é de propaganda, mas teria a comunidade escolar que fazer uma escolha entre escola militar ou escola regida e administrada por civis. A pergunta que se faz é: Qual vai ser o método de escolha? Como os pais poderão direcionar os filhos para uma ou para outra escola? É necessário que a população entenda que não estamos diante de um processo mágico de melhoria da educação. Esse projeto é excludente e elitista. É um projeto preconceituoso. Estamos diante de uma ação que pode fazer com que tenhamos décadas de comprometimento”, argumentou.
Barranco criticou a falta de clareza nos critérios que serão utilizados pelos familiares e estudantes durante o processo de escolha do modelo de escola a ser frequentada. "Precisamos evitar que este projeto seja aprovado, pois está indo na contramão do que é importante para melhorar a qualidade da educação no Estado. Desde que chegou na Assembleia, reagimos contra. O projeto ataca a democracia no processo educacional, pois susta a eleição para diretores nestas escolas cívico-militares. Este projeto preocupa a todos nós. É um absurdo”, alertou.
O parlamentar afirmou que o modelo de colégio cívico-militar proposto pelo governo é um retrocesso que é preciso “reprovar este projeto nefasto”. Ele também repudiou os ataques sistemáticos do governo Mauro Mendes. à educação.
"Este modelo é uma volta ao passado, não permite a diversidade, é um retrocesso. Não podemos aceitar. Paulo Freire ensinou que não tem pedagogia inocente, toda pedagogia está molhada de ideologia. Esta proposta, de voltarmos ao passado, de não pensarmos o futuro, de enquadrar professores, funcionários e estudantes, está errada. Contraria o interesse público e o processo democrático. Devemos, de forma unida e organizada, reprovar isto. O governo tem sistematicamente atacado a educação. Reduziu a hora atividade. Não respeita o PDE. Não paga o piso, que é o salário mínimo do professor no Brasil. Precisamos reprovar este projeto nefasto”, disse.
Semanalmente, o deputado usa a tribuna para externar sua posição contra essa ideia preconceituosa e segregadora. “O governo estadual está totalmente equivocado. Até a proposta do Governo Federal, em relação às escolas cívico-militares, determina que a comunidade precisa ser consultada. Eu gostaria de saber se houve consulta à população que está diretamente envolvida com essa decisão ou se foi feito um estudo técnico para levar essa situação adiante”, finalizou.
Pedro Velasco
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