Barranco sobre o BRT: ‘Trocar trilhos por ônibus e rescindir o contrato foi um erro anunciado. Eu avisei!’"
Deputado falou sobre a rescisão do contrato das obras do BRT e reafirma que a troca do VLT por ônibus foi um erro estratégico, gerando atrasos e prejuízos para a população de Cuiabá e Várzea Grande

A novela da mobilidade urbana em Cuiabá e Várzea Grande ganha mais um capítulo de incerteza com a rescisão do contrato das obras do BRT por parte do Governo de Mato Grosso. O deputado estadual Valdir Barranco (PT) voltou a criticar a decisão do governo de substituir o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) pelo novo modal, afirmando que a mudança foi um erro estratégico que gerou atrasos, prejuízos e transtornos para a população.
A troca do VLT pelo BRT foi anunciada em dezembro de 2020, com a promessa de conclusão das obras em 24 meses. No entanto, mais de quatro anos depois, apenas 18% do projeto foi executado, culminando agora na rescisão do contrato com o Consórcio Construtor BRT. Barranco, que se posicionou contra a mudança desde o início, responsabilizou a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) por ter autorizado a decisão sem um debate aprofundado sobre suas consequências.
“Eu sempre me posicionei contrário à mudança de modal. Nenhum lugar do mundo troca VLT por ônibus, e aqui foi exatamente isso que aconteceu. A Assembleia tem total responsabilidade com o que aconteceu. Depois de tantos investimentos, não poderíamos simplesmente abrir mão para colocar ônibus novamente para a população”, criticou o deputado.
A situação das obras do BRT se agravou quando o governador Mauro Mendes (União) sinalizou a possibilidade de rescindir o contrato sem penalização para o Estado. Segundo Mendes, a empresa responsável deveria demonstrar capacidade técnica e financeira para finalizar o projeto, algo que, na prática, não aconteceu.
Barranco também destacou que a decisão de abandonar o VLT acabou beneficiando outros estados, como a Bahia, que adquiriu os vagões originalmente destinados à capital mato-grossense. “Agora quem vai surfar nisso é a Bahia, porque já tem metrô instalado e também vai ter VLT. Quem anda pela Europa sabe a diferença que é ter esse tipo de transporte”, afirmou.
Com obras em ritmo lento e um futuro indefinido, a mudança do modal segue gerando impactos negativos para motoristas, pedestres e comerciantes na região da Avenida do CPA, uma das principais vias da capital. Enquanto isso, a polêmica sobre a troca do VLT pelo BRT permanece no centro do debate político estadual, reforçando as críticas sobre a falta de planejamento e a gestão dos recursos públicos para a mobilidade urbana.
Pedro Velasco
Olá, deixe seu comentário para Barranco sobre o BRT: ‘Trocar trilhos por ônibus e rescindir o contrato foi um erro anunciado. Eu avisei!’"