Barranco participa de ato do MST no ‘Abril Vermelho’ e reforça luta por reforma agrária
Deputado marcou presença na abertura da Jornada Nacional de Lutas do MST, em Cuiabá, que relembra o Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará
O deputado estadual Valdir Barranco (PT) participou, na manhã desta quarta-feira (9), da abertura da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, conhecida como “Abril Vermelho”, realizada na Praça Alencastro, no centro de Cuiabá. Promovido pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o ato marca o início das mobilizações que seguem até o dia 17 de abril, data que lembra os 29 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, no Pará, quando 21 trabalhadores sem-terra foram mortos pela Polícia Militar durante a desocupação de uma estrada.
Com a presença de famílias de várias regiões de Mato Grosso, lideranças políticas, movimentos sociais e militantes da causa agrária, o Abril Vermelho tem como objetivo pressionar o governo federal por avanços concretos na reforma agrária e denunciar a lentidão na regularização fundiária.
Na primeira semana de abril, o MST já realizou 21 ações em 10 estados brasileiros, envolvendo cerca de 10 mil famílias em ocupações de terras improdutivas, marchas e manifestações. As mobilizações se espalham por estados como Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Goiás, Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, além de Mato Grosso.
Durante sua participação no evento, Barranco destacou a importância da luta pela terra como um caminho para enfrentar a fome e a desigualdade no campo. “A reforma agrária não é um problema, é uma solução. É através dela que podemos combater a fome, garantir dignidade ao povo do campo e promover justiça social. O MST tem feito o que o Estado muitas vezes não faz: garantir comida na mesa do brasileiro”, afirmou o deputado.
O parlamentar também fez questão de defender a atuação do governo Lula na pauta agrária, destacando os esforços para retomar políticas públicas voltadas ao campo. “O governo do presidente Lula tem compromisso histórico com os trabalhadores do campo. Mesmo diante de muitos desafios, segue lutando pela reforma agrária e pela regularização fundiária em todo o país. Acreditamos que, com diálogo e pressão popular, vamos avançar ainda mais na distribuição justa da terra e no fortalecimento da agricultura familiar”, completou Barranco.
Representando o MST em Mato Grosso, o coordenador Valdeir Souza reforçou o apelo por respostas concretas. “Nosso povo está acampado, resistindo, produzindo, e esperando por uma resposta que não chega. Não queremos migalhas, queremos o direito à terra e à vida digna. Estamos aqui para lembrar que Eldorado dos Carajás não pode se repetir. Nossa luta é por justiça e por um Brasil mais igual”, declarou.
Além da distribuição de terras, o MST também chama atenção para a necessidade de políticas que fortaleçam a agricultura familiar e agroecológica, como alternativa ao modelo do agronegócio e como resposta à crise ambiental.
A dirigente nacional do movimento, Margarida Silva, resumiu o espírito da jornada deste ano: “Ocupar para o Brasil alimentar. Produzir comida saudável, acessível, combater a concentração de terras e apresentar a reforma agrária popular como solução estrutural para os problemas do país”.
As mobilizações do Abril Vermelho seguem até o dia 17 de abril, data que simboliza a resistência dos trabalhadores do campo e homenageia os mártires de Eldorado dos Carajás, mantendo viva a memória e a luta por justiça, terra e dignidade.
Pedro Velasco
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